1. A mulher e a esterilidade
2.
O
evangelho de Tiago – Ana mãe de Maria e avó de Jesus
3.
A
mulher e o escravo. Qual era a diferença?
4.
A
mulher e a Torah
5.
A mulher, o Templo e a sinagoga. O minyiam
6.
A mulher e o
testemunho num tribunal judaico
7.
A
mulher e a benção por não ter nascido mulher
8.
A
mulher e a lei do puro e impuro
9.
Defeitos
físicos na Torah
10.
A
mulher e o divorcio
11.
As mulheres e
os textos do novo testamento
12.
Alterações
nos textos do NT envolvendo mulheres
13. Conclusão:
As mulheres Jesus e o Novo Testamento
1) A mulher e a
esterilidade
Êxodo 15:26
e disse: se ouvires atento a voz do Eterno, teu Elohim, e fizeres o que
é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares
todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei
sobre os egípcios; pois eu sou o Eterno, que te sara.
Êxodo 23:26 na tua terra, não haverá mulher que aborte,
nem estéril; completarei o número dos teus dias.
Deuteronômio 7:14
bendito serás mais do que todos os povos; não haverá entre ti nem
homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais. 15 o Eterno afastará de ti toda enfermidade;
sobre ti não porá nenhuma das doenças malignas dos egípcios, que bem sabes;
antes, as porá sobre todos os que te odeiam.
A respeito dos textos acima, podemos tirar algumas
conclusões. A primeira é que os textos destes trechos da torah davam garantias
ao povo que Deus os livraria de todas as enfermidades que ele havia enviado
sobre os egípcios, dentre estas enfermidades estava a esterilidade tanto do
homem quanto da mulher. Porém aqui cabe uma pergunta crucial que hoje podemos
fazer. Quando um casal não gerava filhos quem era a pessoa estéril, o homem ou
a mulher? Como saber quem seria o estéril? Bom aqui se introduziu o costume das
concubinas, ou seja, uma segunda esposa que às vezes poderia ser uma serva ou
escrava da família, então o homem a tomaria como mulher se deitaria com ela e
se ela ficasse grávida estaria provado que a estéril era a mulher, ou se a
concubina não ficasse grávida ficaria provado que era o homem que era o
estéril. Aqui se pode perceber a problemática do assunto e as conseqüências que
isto trazia na maioria das vezes para as mulheres. Ficando caracterizado que a
esterilidade era da mulher, ela era tida como uma terra estéril, e terra
estéril era sinônimo de terra maldita, em outras palavras, a mulher passava a
ser discriminada na comunidade ou tribo em que vivia porque era mandamento de
Deus se eles fossem fieis e cumprissem seus mandamentos não haveria pessoas
estéreis entre eles, logo a esterilidade era vista como conseqüência do pecado,
ela pecou pro isto é estéril, além da humilhação de ser vista como uma terra
maldita, por conseqüência da esterilidade a mulher era vetado o direito de
entrar no Santuário ou tabernáculo em Shiló e depois no Templo em Jerusalém conforme
texto abaixo:
Deuteronômio 23:1
aquele a quem forem trilhados os testículos ou cortado o membro viril
não entrará na assembléia do Senhor.
É lógico que este texto fala do homem, ou seja, aquele
homem que fosse castrado, ou tivesse o membro viril cortado não podia entrar na
congregação de Israel, congregação de Israel aqui se entende o ajuntamento para
celebrar culto ao Eterno, ou seja, o homem não podia entrar no Santuário/Tabernáculo
na época deste e no Templo quando o mesmo passou a substituir o Santuário. Mais
o que tem a ver alhos com bugalhos? Espere um pouco! Não tire conclusões
precipitadas. Vamos raciocinar juntos. O homem não podia entrar no templo por
ser castrado e conseqüentemente pela sua esterilidade, ou seja, não podia gerar
filhos e descendentes na terra de Israel. Este mesmo texto se aplica para a
mulher em virtude da esterilidade. Leia abaixo o texto do evangelho apócrifo de
Tiago sobre a mãe de Maria e avó de Jesus.
2) O Evangelho de Tiago – Ana Mãe de Maria E Avó
de Yeshua
CAPITULO
II
1.
Ana lamentava-se e gemia dolorosamente, dizendo:
—
Chorarei minha viuvez e minha esterilidade.
2.
Chegou, porém, a grande festa do Senhor e disse-lhe Judite, sua criada:
—
Até quando vais humilhar tua alma? Já é chegada a festa maior e não te é lícito
entristecer-te. Toma este lenço de cabeça, que me foi dado pela dona da
tecelagem, já que não posso cingir-me com ele por ser eu de condição servil e
levar ele ao selo real.
3.
Disse Ana:
—
Afasta-te de mim, pois que não fiz tal coisa e, além do mais, o Senhor já me
humilhou em demasia para que eu o use. A não ser que algum malfeitor o haja
dado e tenhas vindo para fazer-me também cúmplice do pecado.
Replicou
Judite:
—
Que motivo tenho eu para maldizer-te, se o Senhor já te amaldiçoou não te dando
fruto em Israel?
4.
Ana, ainda que profundamente triste, despiu suas vestes de luto, cingiu-se com
um toucado, vestiu suas roupas de bodas e desceu, na hora nona, ao jardim para
passear. Ali viu um loureiro, assentou-se à sua sombra e orou ao Senhor,
dizendo:
—
Ó Deus de nossos pais! Ouve-me e bendize-me da maneira que bendisseste o ventre
de Sara, dando-lhe como filho Isaac!
CAPITULO III
1. Tendo elevado seus olhos aos céus, viu um ninho de passarinhos
no loureiro e novamente lamentou-se dizendo:
2. — Ai de mim! Por que nasci e em que hora fui concebida? Vim ao
mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel. Estes me cumularam
de injúrias e me escorraçaram do templo de Deus. Ai de mim! A quem me assemelho
eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua presença, Senhor. Ai de
mim! A quem me pareço eu? Não às bestas da terra, pois que até esses animais
irracionais são prolíficos ante teus olhos, Senhor.
3.
Ai de mim! A quem me posso comparar? Nem sequer a estas águas, porque
até elas são férteis diante de ti, Senhor. Ai de mim! A quem me igualo eu? Nem
sequer a esta terra, porque ela também é fecundada, dando seus frutos na
ocasião própria e te bendiz, Senhor.
Este texto deixa bem claro que era vetado ou proibido a
uma mulher estéril entrar no templo ainda
na época de Jesus, e a própria avó de Jesus sentiu isto na pele, conforme
relato o versículo 2 do capitulo 3:
2. — ai de mim! Por que nasci e em que hora fui
concebida? Vim ao mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel.
Estes me cumularam de injúrias e me escorraçaram do templo de Elohim. Ai de
mim! A quem me assemelho eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua
presença, Eterno. Ai de mim! A quem me pareço eu? Não às bestas da terra, pois
que até esses animais irracionais são prolíficos ante teus olhos, Eterno.
Reproduzi novamente o texto para deixar bem claro algumas
qualidades depreciativas que Ana reclama devido à discriminação, Ana Se sentia:
- Arrependida de haver nascido
- Uma Terra maldita
- Excluída do templo e assim da vida religiosa da comunidade.
- Ana não encontrava paralelos na natureza que se assemelhasse a situação dela.
Bem esta era a situação de uma mulher estéril na época de
Jesus, discriminada, maldita, excluída do templo, mal vista pela comunidade.
Agora eu pergunto por que a comunidade via a mulher estéril com maus olhos?
Porque havia textos da Torah que prometia que Deus não colocaria as
enfermidades que colocou nos egípcios sobre os filhos de Israel, se eles
obedecessem aos mandamentos da Torah, havia ainda a promessa de fertilidade
como o texto de deuteronômio 28 que diz que bendito será o fruto do teu ventre
e outros textos mais, como vamos ver ao longo deste estudo. Em resumo a
esterilidade seria uma conseqüência do pecado, e o pecado era mal visto pela
comunidade. Até aqui vimos a respeito da esterilidade da mulher no novo
testamento, e no velho testamento será que era diferente? Sim ou não? Vejamos a
seguir:
Ana mãe do Profeta Samuel não podia
entrar no santuário porque ela era estéril
NTLH I Samuel
1: 9 certa vez eles estavam em siló e
tinham acabado de comer. Eli, o sacerdote, estava sentado na sua cadeira, na
porta da tenda sagrada. 10 aí Ana se
levantou aflita e, chorando muito, orou a deus, o Senhor. 11 e fez esta promessa solene: —ó Senhor
todo-poderoso, olha para mim, tua serva! Vê a minha aflição e lembra de mim!
Não esqueças a tua serva! Se tu me deres um filho, prometo que o dedicarei a ti
por toda a vida e que nunca ele cortará o cabelo. 12 Ana continuou orando ao Senhor durante tanto
tempo, que Eli começou a prestar atenção nela
Escolhi este texto de Ana porque ele remonta na época dos
juizes de Israel, ou seja, antes da monarquia, antes de Saul, antes de Davi e de Salomão que foram os primeiros reis de Israel, ou seja,
nossa história se passa antes do ano 1000 a . C. Na tradução que escolhi que é a
NTLH, o texto diz que Ana chegou ao templo e que o sacerdote Eli estava na
porta do templo sentado numa cadeira, ou seja, Ana não entrou no Santuário/Tabernáculo,
mas ficou do lado de fora, e ali na presença do sacerdote que estava sentado na
porta da congregação, Ana se levantou e orou com toda a sua alma, a ponto do
sacerdote pensar que Ana estava embriagada. Sim Ana estava embriagada de
decepção, de desgosto, pois Ana era considerada uma mulher maldita entre os
filhos de Israel, e ainda era humilhada pela sua rival Penina, que zombava dela
por ela poder conceber dar a luz filhos e Ana não. Ana não tinha o direito nem
mesmo de entrar no Santuário e adorar ao seu Deus junto do seu marido Elcaná. Elcaná
que por sua vez entrava no santuário junto com Penina e ali oferecia seus
sacrifícios. Para Ana, porém do lado de fora só lhe restava tristeza e
melancolia. Concluindo no velho testamento era a mesma coisa, as mulheres eram
discriminadas quando não podiam dar a luz filhos e filhas, visto que tais prescrições e mandamentos são
da Torah, e remontam à época de Moisés e Arão cerca de 1500 anos antes de
cristo.
3) A mulher e o
escravo. Qual era a diferença?
Na
época em Jesus viveu a mulheres judia era considerada em tudo inferior ao
homem. Há uma expressão, uma espécie de fórmula, que se repete com freqüência e
expressa o escasso apreço em que a mulher era tida: “ mulheres, escravos, crianças”.
A mulher era como uma propriedade semelhante ao escravo não-judeu e ao filho de
menor de idade, a mulher pertencia completamente ao seu dono: ao pai, se fosse
solteira, o pai podia vender sua filha como escrava quando ela tinha entre 6 a 12 anos e meio de idade, a
mulher pertencia completamente ao marido se fosse casada, e pertencia ao
cunhado caso o marido falecesse e não tivesse filhos com o falecido. O marido
era o dono da mulher, e ela não podia dispor nem dos ganhos do seu trabalho,
nem do que recebia. A pobreza das mulheres aparece no relato da viúva pobre que
“depositou tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver” no tesouro do
Templo. ‘Tudo o que ela tinha para viver, eram apenas duas pequenas moedas” (Mc
12:41-44). A maior parte dos pobres, dos que não sabem onde encontrarão comida
para saciar sua fome, ou seja, escravos de um pouco de comida, era na época de
Jesus as mulheres e os filhos que delas dependem. Um rabino da época de Jesus
afirma: “
Compra-se a mulher por dinheiro, por contrato e por relações sexuais. Compra-se
o escravo gentio (goyim) por dinheiro, por contrato e por tomada de posse.
Assim, portanto, existe alguma diferença entre a aquisição de uma mulher e de
um escravo? Não! “É como se o pai e o marido na
família judaica da época de Jesus pertencessem è classe proprietária e
patronal, e como se a mulher fosse um objeto, uma posse”.
4) A mulher e a Torah
A
mulher não recebia instrução religiosa. Supunha-se que ela fosse incapaz de
compreender a Torah. Chega-se a extremos como os do rabi Eliezer, da época de
Jesus: “Quem ensina a Torah à sua filha,
ensina-lhe a libertinagem, fará mau uso daquilo que aprendeu. É melhor queimar
a Torah santa do que entrega-la a uma mulher.”
5)
A mulher o Templo e a sinagoga – o minyiam
A
religião judaica era uma religião exclusiva para homens. A mulher era
desobrigada de guardar os mandamentos positivos da Torah Lei de Moisés, por não
podê-los estudar, e na maioria das vezes não saber ler. No Tempo e na sinagoga
homens e mulheres ficavam rigorosamente separados. As mulheres sempre em
lugares inferiores, secundários. O culto na sinagoga era celebrado apenas caso
houvesse ao menos 10 homens. As mulheres e crianças não eram contadas, por mais
numerosos que fossem, ou seja, havia um quorum mínimo de 10 homens para se
iniciar os trabalhos nas sinagogas este quorum mínimo é chamado de Minyiam.
6) A mulher e o
testemunho num tribunal judaico
Na época de YESHUA uma mulher não
podia atuar como testemunha num tribunal, nem tampouco como testemunha de
acusação. Apoiando-se no texto Gn. 18-11-15, os interpretes da TORAH
consideravam que o testemunho de uma mulher carecia de valor por causa de sua
inclinação à mentira. Usavam a própria TORAH e uma interpretação maluca para
desacreditar e descriminar as mulheres.
Gênesis 18: 10 Disse um deles: Certamente voltarei a ti
daqui a um ano; e Sara, tua mulher, terá um filho. Ouviu-o Sara à entrada da
tenda, que estava atrás dele. 11 Ora
Abraão e Sara eram já velhos, e de idade avançada; e a Sara tinha cessado o
costume das mulheres. 12 Assim riu-se
Sara consigo, dizendo: Terei prazer, depois de envelhecida, sendo também velho
o meu Senhor? 13 Perguntou Jeová a
Abraão: Porque se riu Sara, dizendo: É verdade que eu, que sou velha, darei à
luz um filho? 14 Há, porventura, alguma
coisa que seja demasiadamente difícil a Jeová? Ao tempo determinado daqui a um
ano voltarei a ti, e Sara terá um filho. 15
Então Sara, porque teve medo, o negou, dizendo: Não me ri. Mas ele
disse: Não é assim; pois tu te riste.
Este é um caso tirado do velho testamento para discriminar a
mulher e seu testemunho, porém gostaria de citar outro exemplo que ainda hoje
todas as traduções da Bíblia sem exceção continuam a manter o erro, é o caso da
mulher de Jó, vejamos o texto em português:
Jó 2: 7 Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e
feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
8 Jó, sentado em cinza, tomou um caco
para com ele raspar-se. 9 Então, sua
mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. 10
Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem
de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus
lábios.
Como toda pessoa que já tem contato com a Bíblia desde
criança conhece esta estória de Jó e da sua mulher que o manda amaldiçoar a
Deus e morrer. Porém, não é isto que o texto em hebraico diz, vejamos:
tm:w Myhla Krb K:tmt:b qyzxm K:de w:tsa w:l rmat:w 9: 2 Jó
Dicionário Strong da Bíblia on line da SBB
Kr b
=
Berachah
1) abençoar, ajoelhar
2) ser abençoado, abençoar-se
Propositalmente
coloquei a palavra em questão em negrito e em letras maiores do versículo em
hebraico para que o leitor possa perceber mesmo sem conhecer de hebraico, a
palavra não é amaldiçoa, e sim, abençoa a Deus “ Myhla
Kr b”, ou seja, “Abençoa a
Elohim e morre”. O curioso seria saber o porquê a mulher de Jó disse estas
palavras. Para o leitor que não está acostumado ou familiarizado com o judaísmo
isto é uma coisa totalmente estranha e sem propósito, porém, no judaísmo existe
um costume de a pessoa quando está a beira da morte recitar uma benção que é conhecida
com a benção dos moribundos. No judaísmo é costume se louvar a Deus também em
ocasiões especiais, tais como; uma viagem, uma doença, uma boa noticia, uma má
noticia, ou na proximidade da morte. A benção dos moribundos é um tipo de
preparação para a partida e um agradecimento abençoando assim ao nome de Deus
pela vida que a pessoa teve aqui na terra e rogar também por seus descendentes
que aqui irão ficar. Segue texto desta benção:
“ Eterno meu Deus e Deus de meus pais, reconheço que
tanto minha saúde como minha morte estão em tuas mãos. Oxalá seja da tua
vontade que eu seja curado totalmente. Mas caso minha morte já foi determinada
por Ti, quero aceita-la com amor. Que ela seja uma expiação de todo tipo de
pecado, de maldade e de transgressões pelais quais me sinto responsável diante
de Ti. Derrama sobre mim abundante felicidade reservada aos justos. Faz-me
conhecer o caminho da vida: na tua presença encontra-se a plenitude da alegria;
à Tua direita há felicidade eterna. Tu, que és o Pai do órfão e o juiz da
viúva, protege os meus queridos, que são parte de mim. Nas Tuas mãos confio meu
espírito, meu redentor, Eterno Deus fiel. Amém. Amém”.
Concluindo, a
mulher de Jó disse a ele para ele recitar a benção dos moribundos visto que
estava prestes a morrer. Contudo, o contexto da frase leva os tradutores a sempre
traduzir como “amaldiçoa a Deus e morre”, devido à mulher de Jó perguntar a ele
se ele ainda mantinha a sua integridade, ou seja, o que adiantou ele ser tão
integro e ter um final tão trágico, parecia que Deus havia se esquecido dele. A
resposta de Jó a sua mulher é neste contexto, da integridade de Jó se era a
mesma. Outra coisa interessante notar é que segundo a Torah, a Lei, blasfemar ou amaldiçoar a Deus era crime
capital punido com a morte por apedrejamento, ou seja, se a mulher de Jó
tivesse o mandado amaldiçoar a Deus ela
era réu de crime passivo de punição com a morte, e não foi isto que narra a
Bíblia, ela não sofreu nenhum tipo de punição, além disso, cabe aqui
acrescentar que se ainda assim o fosse Jó por ser um homem integro e temente a
Deus teria se divorciado dela e a deixado visto que ele era uma mulher que
amaldiçoava ao Deus que Jó tanto amava e era fiel. Não é nada disto que narra a história de Jó, ele
continuou com sua mulher e ainda com ela teve outras filhas que vieram a ser as
mais formosas daquelas terras. A frase “ amaldiçoa a Deus e morre” também é
machista, discriminatória contra as mulheres.
OBS: Muitos estudiosos poderão
dizer que o personagem Jó não era judeu, mas sim um dos patriarcas de Israel e,
portanto o judaísmo na época de Jó não estava tão desenvolvido a este ponto de
existir orações para todas as ocasiões e finalidades. Porém muitos estudiosos
se esquecem que quem compilou as estórias do livro de Jó foi Esdras o PAI da
religião Judaica e do JUDAISMO, ou seja, a estória de Jó pode ser muito mais
antiga porém foi alvo de redação por escribas da época de Esdras e posterior a
ele também.
7) A Benção Por
Não Ter Nascido Mulher
A
consciência da superioridade religiosa masculina era muito difundida no tempo
de Jesus e das primeiras comunidades cristãs não só entre os judeus, mas também
entre gregos e romanos. O homem grego, por exemplo, agradecia aos deuses a
sorte de ter nascido ser humano e não animal, grego e não bárbaro, livre e não
escravo, homem e não mulher.
Entre os
judeus havia um ditado: “Bem
aventurado aquele cujos filhos são homens. Ai daqueles cujos filhos são
mulheres”.
Na
oração que os judeus da época de Jesus e depois dos séculos I e II d. C. faziam
na sinagoga, três vezes o homem judeu agradecia a Deus o fato de não ter sido
criado gentio, escravo ou mulher, enfatizando seu privilégio religioso. Assim
diz o comentário do século II:
Rabi
Yehuda diz: devem ser feitas três orações diárias:
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez goym (gentio).
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez mulher.
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez escravo.
Rabi
Yehuda explica o porque da oração:
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez goym (gentio): porque todas as nações diante dele são como
nada (Is. 40:17).
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez mulher: porque a mulher não está obrigada a cumprir os
mandamentos.
Bendito sejas Tu Eterno, nosso
Deus, que não me fez escravo ou ignorante: porque o escravo e ignorante não se
envergonha de pecar.”
No
hebraico – a língua em que foi escrito o Antigo Testamento – as palavras
piedoso (hassid), justo (tzadic) e santo (kadosh) não possuem forma feminina,
ou seja, a mulher era praticamente excluída da vida religiosa na sociedade
judaica na época de Jesus. Até hoje o judeu recita três vezes ao dia a seguinte
oração:
13 - BARUCH ATA ADONAI
ELOHÊNU MÉLECH HAOLAM, SHELÓ ASSÁNI
ISHA.
Bendito sejas tu,Eterno, nosso Elohim, rei do universo, que não me fizeste mulher.
O apostolo Paulo entendeu bem este peculiar da mensagem de
Jesus e deixou este versículo maravilhoso que segue abaixo que expressa o ideal
do projeto de Deus, que é a igualdade de direitos e deveres entre todos os
seres humanos:
Gálatas 3: 6 Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a
fé em Cristo Jesus ;
27 porque todos quantos fostes batizados
em Cristo de Cristo vos revestistes. 28
Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem
homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se sois de Cristo, também sois
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.
8) A mulher e a lei do puro e impuro
Após o exílio babilônico os sacerdotes judeus
desenvolveram uma série de códigos de pureza e impureza criando assim as leis
do puro e impuro, na época a intenção era separar Israel ou Judá ao sul dos
demais povos da região e torná-los distintos dos tais. Israel deveria ser
“SANTO” em hebraico “KADOSH”, hoje esta palavra adquiriu um significado
totalmente diferente da época, na época queria dizer simplesmente “SEPARADO”.
Porém o que era para ser uma coisa boa se deformou e acabou criando problemas
até mesmo sociais. Por que criou problemas sociais? Porque criou classes sociais
e separação entre o próprio povo judeu e israelita. Poderíamos citar e enxergar
as diferenças sociais e econômicas até mesmo nas ofertas e sacrifícios feitos
no Templo, ou seja, quem tinha mais posses ofertava um boi ou uma vaca, outro
um bezerro, outro ofertava um cordeiro ou cabrito, outro um bode, outro uma
cabra, outro dois pombinhos até chegar no que ofertava um punhado de farinha
com azeite. Portanto é fácil notar que tais leis do puro e do impuro criaram
uma estratificação social, ou seja, camadas sociais divididas por fatores
econômicos que são basicamente os pilares da nossa sociedade ocidental atual
que diga-se de passagem é uma sociedade totalmente injusta e fundamentada na
injustiça social. Não vamos citar aqui os problemas de impurezas da pele e
outras doenças que acabaram lançando tais doentes ao total abandono e
marginalização por parte das autoridades judaicas. Porém vamos observar algumas
leis que geraram discriminação contra as mulheres. Quando o livro de Leviticos
prevê uma oferta dos pobres, no caso aqui um casal de pombinhos, deixa claro a
formação de classes sociais no período pós exílio babilônico e o crescente
aumento dos pobres. Lembre-se de Maria mãe de Jesus, que quando teve que se
apresentar no Templo após os quarenta dias de impureza e assim oferecer o
sacrifício para purificação se submete assim a tal lei mas não somente isto,
mas também apresenta a oferta dos pobres (Lucas 2:22-38).
A lei sobre purificação depois do parto
Levitico capitulo 12. A mulher por ocasião do
parto entra na sacralidade do mistério da vida, e por isso, torna-se impura,
principalmente pela perda de sangue que em geral ocorre. Interessante notar a
diferença entre o nascimento de um menino e de uma menina. O nascimento de um
menino deixa a mãe impura por quarenta dias e o nascimento de uma menina deixa
a mãe impura pelo dobro do tempo, ou seja, oitenta dias. Não há motivo aparente
para tal distinção, e a razão só pode ser explicada pelo antifeminismo do mundo
patriarcal judaico.
A lei sobre impureza sexual
Levitico capitulo 15. Conforme a legislação
sobre pureza sexual, as secreções sexuais, devidas as causas naturais ou a
doenças, tornam sempre impuros o homem e a mulher, impedindo-os de participar
do culto. Porém é de se notar que a mulher fica sempre em desvantagem em
relação ao homem. Desde a adolescência até a menopausa a mulher fica escrava do
Templo, devendo oferecer sacrifícios mensais sempre após a menstruação porque
devido a mesma a mulher ficou impura.
Gostaria de exemplificar melhor esta parte sobre
a menstruação da mulher e as terríveis conseqüências que isto gerou até chegar
na época de Jesus. O evangelho de Marcos
costuma conter pares de incidentes que se destinam a ser interpretados
um à luz do outro. Na sequencia narrativa eles vibram juntos, cada um
refletindo significados no outro. Isso é feito por meio de uma intercalação, ou
técnica de moldura, em que o Incidente A começa, então o Incidente B começa e
interrompe o incidente A, o incidente B continua, conclui-se o Incidente B, e
finalmente o Incidente A continua e conclui-se também. Neste evangelho de
Marcos os estudiosos chamam isto de MOLDURAS. Aqui vão alguns exemplos:
A FAMILIA DE JESUS
|
A MULHER DO FLUXO
DE SANGUE
|
JESUS ENVIA OS
DOZE
|
A FIGUEIRA SECA
|
JESUS É TRAIDO
|
A NEGAÇÃO DE PEDRO
|
|
Incidente A
|
3:20-21
|
5:21-24
|
6: 7-13
|
11:12-14
|
14:1-2
|
14:53-54
|
Incidente B
|
3:22-30
|
5:25-34
|
6:14-29
|
11:15-19
|
14:3-9
|
14:55-65
|
Incidente A
|
3:31-35
|
5:35-43
|
6:30
|
11:20-21
|
14:10-11
|
14:66-72
|
Em outras palavras, Marcos quer que os
ouvintes e leitores de seu Evangelho considerem esses dois acontecimentos
juntos, de modo que o Incidente A e o Incidente B fossem interpretados
mutuamente. Vamos agora ao episódio que nos interessa envolvendo as mulheres.
Na narrativa em molduras do evangelho de
Marcos, Jesus é chamado a curar a filha de Jairo de doze anos de idade que está
, ou seja, na época ou idade em que a menina começa a menstruar e se torna
mulher, o Incidente A é interrompido pelo inicio do Incidente B que inicia e se
desenrola até o final, ou seja, o Incidente B é o episódio da mulher que jazia
há doze anos com um fluxo de sangue ou em outras palavras uma hemorragia
menstrual permanente há doze anos:
Incidente A começa: Jesus é solicitado a salvar a
filha de Jairo e parte para assim fazê-lo, Marcos 5:21-24.
Incidente B começa e termina: Jesus cura uma mulher
com hemorragia menstrual, Marcos 5:25-34.
Incidente A termina:
Jesus chega e ressuscita a filha de Jairo, Marcos 5:35-43.
Pense nas implicações teológicas dessa
intercalação em molduras de Marcos, de um código de pureza e impureza feito
pelos sacerdotes do Templo em que a menstruação é impureza, de modo que, sob o
ponto de vista de Marcos, as mulheres na sociedade judaica da época de Jesus
começam a morrer aos doze anos de idade e são a partir daí mortas que andam, ou
seja, na linguagem de hoje mortos ambulantes ou verdadeiros ZUMBIS.
Este episódio da filha de Jairo e da mulher de
fluxo de sangue têm um verdadeiro teor ético e moral parecido com o sistema de MIDRASH RABINICO
tanto conhecido pelos judeus e usados pelos mestres da Judéia na época de Jesus
e tem uma mensagem poderosíssima e um apelo urgente contra a discriminação das
mulheres que foram totalmente excluídas do Templo e sinagogas devido a lei do
puro e impuro. Este episódio da mulher com hemorragia menstrual ilustra bem a
atitude de Jesus a esse respeito. Sendo que a impureza era transmitida pelo
toque direto ou indireto, o fato de Jesus deixar-se tocar pela mulher mais uma
vez o mostra violando os códigos de pureza dos sacerdotes do Templo. E fato
curioso é que a mulher também fica curada exatamente por violar tais códigos.
Dessa forma Jesus mostra que a vontade de Deus é restaurar a vida integra e a
convivência social.
A respeito de defeitos
físicos
Levítico
21:17 fala a Arão e
dize-lhe: qualquer dos teus descendentes por todas as suas gerações que tiver
defeito não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.18 quem quer que seja que tiver defeito não se
chegará: se for cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou tiver alguma coisa
supérflua,19 ou tiver o pé quebrado, ou
mão quebrada,20 ou for corcovado, ou
anão, ou tiver um defeito na vista, ou sarna, ou impigens, ou que tiver os
testículos quebrados.21 ou for corcovado, ou anão, ou tiver um defeito na
vista, ou sarna, ou impigens, ou que tiver os testículos quebrados.22 nenhum homem da semente de Arão, o sacerdote,
que tiver defeito, se chegará para oferecer as ofertas queimadas de Yahwéh. Ele
tem defeito, não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.
Deuteronômio 28:58 se não tiveres cuidado de guardar todas as
palavras desta lei, escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e
terrível, o eterno, teu Deus,59 então, o
eterno fará terríveis as tuas pragas e as pragas de tua descendência, grandes e
duradouras pragas, e enfermidades graves e duradouras;60 fará voltar contra ti todas as moléstias
do Egito, que temeste; e se apegarão a ti.
Aqui
vai a relação de pessoas com
enfermidades que não podiam entrar no santuário ou Tenda da congregação e nem
no Templo:
- O
cego,
- Ou
coxo,
- Ou
de nariz chato,
- Ou
se tivesse alguma coisa supérflua,
- Ou
tivesse o pé quebrado,
- Ou
mão quebrada,
- Ou
for corcovado,
- Ou
anão,
- Ou
tivesse um defeito na vista,
- Ou
sarna,
- Ou
impigens,
- Ou
que tivesse os testículos quebrados,
- Eunuco,
14. Leproso,
15. Fluxo de sangue,
16. Mulher
menstruada,
São
inúmeros os casos de pessoas com enfermidades e doenças que eram excluídas
praticamente da vida religiosa e conseqüentemente da comunidade de Israel.
Pense nos casos de cura que Jesus praticou no novo testamento, a maioria das
curas se encaixa nestas enfermidades que eram vistas e tidas como impuras e
excluíam as pessoas. Jesus ao curar estas pessoas mandava elas se apresentarem
ao sacerdote no templo e oferecer o sacrifício de purificação que a Torah
prescrevia, ou seja, era como um tapa com luvas de pelica na classe sacerdotal
do templo, que excluíam estas categorias de pessoas. Era como se Jesus
estivesse dizendo a eles, vocês rejeitam e excluem os pobres e doentes do Templo,
se dizem homens de Deus, mas não curam os doentes, pobres e excluídos, eu,
todavia os curo, os purifico e os reintegro a vida e a sociedade. Eu dou a eles
a vida. Eu devolvo a eles a vida. Estes eram os sinais que mostravam que Jesus
era o messias, estes sinais já haviam sido preditos pelos essênios que viviam
nas cavernas de Qunram. Jesus conhecia bem o messias esperado pelos essênios.
Veja a explicação que ele deu a Yochanan bar ZacharYahu (João batista) em Lucas
7:22:
"então lhes respondeu: ide, e contai a
Yochanan o que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos
são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres
são anunciadas as boas novas."
"[os céus] e a terra ouvirão ao seu messias, e ninguém se afastará
dos mandamentos dos santos. Vocês que buscam ao Yahwéh, fortaleçam-se no
serviço dele! Todos vocês esperançosos em (seu) coração, vocês não encontrarão
o Yahwéh nisto? Porque o Yahwéh considerará os hassidim (pios) e chamará os
justos pelo nome. Sobre os pobres o seu espírito pairará e renovará os fiéis
com o seu poder. E ele glorificará os hassidim (pios) no trono do reino eterno.
Ele que libera os cativos, restaura a visão dos cegos, endireita os [tortos]...
E o S-nhor fará coisas gloriosas que nunca houveram... Pois ele curará os
feridos, e reviverá os mortos e trará as boas novas aos pobres..." (4q521)
O objetivo de Jesus era realizar estas
curas das profecias e anunciar as boas novas aos pobres, e os pobres vibraram
quando viram aquele rabino ou morêh (mestre) vindo da Galiléia, batendo de
frente com a classe religiosa e dominante da Judéia através de suas pregações e
curas, através de seus sinais e maravilhas que realizava para os excluídos, e
após curar os excluídos, as párias para a sociedade da época os mandava se
apresentarem ao sumo sacerdote e oferecer os sacrifícios prescritos na Torah,
provando que eles estavam puros e assim poderiam adentrar no Templo e nas
sinagogas, ou seja, Jesus reintegrava à sociedade os excluídos, e isto não é
diferente nos dias de hoje, quantas pessoas você conhece que eram párias,
escórias para a nossa sociedade e hoje são pessoas renascidas, transformadas
por Jesus? É! Ele não mudou e sua pregação continua super-atual para os nossos
dias.
Não eram somente as pessoas doentes e impuras
por enfermidades que Yeshua curava e reintegrava à sociedade, mas também os
pobres, que eram excluídos do Templo de
Jerusalém, por não terem condições de
ofertar o sacrifício de expiação dos pecados,
prescritos pelos sacerdotes através do livro de Leviticos. Pense quantos
milhares de pessoas tinham o desejo de conhecer o Templo de Jerusalém e
adentra-lo, e lá oferecer seu sacrifício de expiação para se purificar diante
de Deus, mas infelizmente não podiam por serem extremamente pobres, e ser pobre
em extremo na época de Yeshua era a coisa mais comum devido à exploração e
opressão romana. Pense no impacto sofrido nas finanças e no tesouro do Templo,
quando surgiu um homem às margens do rio Jordão pregando:
Marcos 1: 2 Conforme está
escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu
mensageiro, o qual preparará o teu caminho; 3
voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as
suas veredas; 4 apareceu João Batista no
deserto, pregando batismo de
arrependimento para remissão de pecados. 5
Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de
Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio
Jordão. 6 As vestes de João eram
feitas de pêlos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de
gafanhotos e mel silvestre.
Pense nos dias de festas judaicas
tipo, Peshach, Shavuot, Sukot, João Batista e Jesus, um no Norte do rio Jordão
e o outro no Sul, numa campanha de pregação do arrependimento e batizando os
judeus vindos da diáspora, ou seja, os judeus que viviam fora de Israel, de
acordo com Flavio Josefo, o numero de judeus em Jerusalém nos dias da três
grandes festas judaicas chegava a quase 3 milhões de pessoas, segue texto:
Eles escolheram para isso o
tempo da festa da Páscoa no qual desde as nove horas até às onze, sem cessar,
imolaram-se vítimas, cuja carne era consumida pelas famílias, que não tinham
menos de dez pessoas, algumas até vinte. Concluiu-se que haviam sido imolados
duzentos e cinqüenta e cinco mil e seiscentos animais, de onde, contando-se
apenas dez pessoas para cada animal, teríamos dois milhões, quinhentos e
cinqüenta e seis mil pessoas, purificadas e santificadas. (Flavio
Josefo- guerras judaicas livro vi -
Capítulo 45)
Pense
na cena, João Batista e Jesus batizando esses judeus da diáspora de Norte a sul
do Rio Jordão conforme nos informa o Evangelho de João:
João 3: 22 Depois disto, foi Jesus com seus discípulos
para a terra da Judéia; ali permaneceu com eles e batizava. 23 Ora,
João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas
águas, e para lá concorria o povo e era batizado. 24 Pois João ainda não tinha sido encarcerado. 25 Ora, entre os discípulos de João e um judeu
suscitou-se uma contenda com respeito à purificação. 26 E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do
Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao
encontro.
Uma
campanha conjunta de João Batista e Jesus, e diz o texto que o povo concorria
para lá e era batizado tanto por João de um lado, quanto por Jesus do Outro.
Agora voltemos ao nosso tema inicial, observe que surgiu uma contenda entre um
judeu e um seguidor de João Batista sobre a purificação, e é exatamente aqui
que reside o problema da época enfrentado por Jesus e João batista com as
autoridades judaicas do Templo de Jerusalém. João e Jesus estavam oferecendo ao
povo em geral, mas principalmente aos pobres, uma opção gratuita de purificação
dos pecados, sem sacrifícios, sem vacas, ovelhas, bois e etc., imagine o
prejuízo causado aos cofres do Templo de Jerusalém e aos bolsos das famílias do
Sumo Sacerdote que eram da seita dos saduceus... João e depois Jesus estavam reintegrando
estas pessoas com Deus e purificando-as de graça.
A respeito dos castrados e
eunucos
Neemias era eunuco do rei, e, portanto não
podia entrar no templo de Deus
Deuteronomio 23: 1 aquele a quem
forem trilhados os testículos ou cortado o membro viril não entrará na
assembléia do senhor.
(Ra)
Deuteronomio 23:
1 aquele a quem forem trilhados os testículos,
ou cortado o membro viril, não entrará na assembléia de Yahwéh. (Tb)
Deuteronomio 23: 1 moisés disse ao povo: —nenhum homem castrado
ou que tenha o membro cortado poderá fazer parte do povo de Deus, o senhor.
(Ntlh)
Neemias 6: 10 fui à casa de Semaías, filho de Delaías,
filho de Meetabel, que estava encerrado; e ele disse: ajuntemo-nos na casa de
Deus, dentro do templo, e fechemos as portas do templo: pois virão matar-te, à
noite virão matar-te. 11 porém respondi:
porventura um homem como eu há de fugir? E quem há que, sendo tal como eu,
entrará no templo e viverá? Não entrarei. 12
discerni, e eis que Deus não o tinha enviado; mas pronunciou esta
profecia contra mim. Tobias e Sambalá o tinham peitado.
Novo testamento e os excluídos pela
interpretação da época da Torah
Jesus cura um leproso
Mateus 8: 1 ora, descendo ele do monte, grandes multidões
o seguiram. 2 e eis que um leproso,
tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: senhor, se quiseres, podes
purificar-me. 3 e Jesus, estendendo a
mão, tocou-lhe, dizendo: quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da
sua lepra. 4 disse-lhe, então, Jesus:
olha, não o digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta
que Moisés ordenou, para servir de testemunho ao povo.
Jesus cura um leproso
Marcos 1: 39 então, foi por toda a galiléia, pregando nas
sinagogas deles e expelindo os demônios. 40
aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: se quiseres, podes
purificar-me. 41 Jesus, profundamente
compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: quero, fica limpo! 42 no mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e
ficou limpo. 43 fazendo-lhe, então,
veemente advertência, logo o despediu 44
e lhe disse: olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao
sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir
de testemunho ao povo.
Jesus cura um leproso
Lucas 5: 12 aconteceu que,
estando ele numa das cidades, veio à sua presença um homem coberto de lepra; ao
ver a Jesus, prostrando-se com o rosto em terra, suplicou-lhe: eterno, se
quiseres, podes purificar-me. 13 e ele,
estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: quero, fica limpo! E, no mesmo instante,
lhe desapareceu a lepra. 14 ordenou-lhe
Jesus que a ninguém o dissesse, mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote e
oferece, pela tua purificação, o sacrifício que Moisés determinou, para servir
de testemunho ao povo.
Jesus cura dez leprosos
Lucas 17: 11 de caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo
meio de SaMaria e da galiléia. 12 ao
entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, 13 que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo:
Jesus, mestre, compadece-te de nós! 14
ao vê-los, disse-lhes Jesus: ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu
que, indo eles, foram purificados.
Somente
o marido tinha o direito de pedir o divórcio, ao passo que a esposa era
obrigada a viver com as concubinas. Era um direito arbitrário e caprichoso. Se
uma mulher saía à rua sem cobrir a cabeça e o rosto, ofendia de tal modo os
bons costumes, que seu marido tinha o direito, inclusive o dever religioso, de
expulsa-la de casa e divorciar-se dela, sem estar obrigado a pagar-lhe a soma
combinada no contrato matrimonial.
A
mulher que perde seu tempo na rua, falando com uns e outros, ou que se põe a
fiar na porta de sua casa, pode ser repudiada por seu marido sem qualquer
compensação econômica.
Inclusive
quando a esposa tivesse deixado a comida se queimar segundo o rabino Hillel,
avó de Gamaliel dos atos dos apóstolos, podia ela ser repudiada com o divórcio.
E
também segundo o grande rabino Akiva, quando o marido descobria algo torpe em
sua mulher, o que era que ele fazia? E o que era esse algo torpe? E o que
acontecia? “Quando ele o marido encontrava outra mulher que fosse mais bonita
que a sua.” Em outras palavras quando o marido encontrasse outra mulher mais
bonita que a sua ele poderia se divorciar alegando ter achado algo torpe na sua
esposa.
Somente
o homem podia ter várias mulheres, e a esposa devia tolerar a existência de
concubinas consigo em sua própria casa. É claro que isso era privilégio dos
ricos, inacessível aos pobres.
Os debates sobre o papel das
mulheres na igreja não desempenharam grande papel na transmissão dos textos do
novo testamento, mas tiveram certa influência em passagens interessantes e
importantes. Para compreender os tipos de mudanças textuais feitas,
necessitamos conhecer o que estava por trás da natureza desses debates.
As mulheres na igreja primitiva
Os pesquisadores modernos
reconhecem que as disputas sobre o papel das mulheres na igreja primitiva
ocorreram justamente porque as mulheres tinham um papel – muitas vezes, importante
e de destaque. Além do mais, era essa a situação desde o principio, a começar
pelo ministério do próprio Jesus. Não se pode negar que os seguidores mais
próximos de Jesus – os doze apóstolos – eram todos homens, como seria de se
esperar de um rabino judeu na palestina do século I. Mas nossos mais antigos
evangelhos indicam que Jesus também
era acompanhado por mulheres em suas viagens e que algumas dessas mulheres
davam suporte financeiro a ele e a seus discípulos, agindo como patronas de seu
ministério de pregação itinerante:
Marcos
15:40 e também ali estavam
algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria madalena, e
Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé, 41 as quais também o seguiam e o serviam, quando
estava na galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
Lucas
8:1 aconteceu, depois disto, que
andava Jesus de cidade em cidade e de
aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze
iam com ele, 2 e também algumas mulheres
que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada
madalena, da qual saíram sete demônios; 3
e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras,
as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.
Registra-se que Jesus manteve
diálogos públicos com mulheres e ministrou para elas em público:
Marcos
7: 24 e, levantando-se dali, foi
para os termos de tiro e de sidom. E, entrando numa casa, não queria que alguém
o soubesse, mas não pôde esconder-se; 25
porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar
dele, foi, e lançou-se aos seus pés. 26
e esta mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que
expulsasse de sua filha o demônio. 27
mas Jesus disse-lhe: deixa primeiro
saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos. 28 ela, porém, respondeu,
e disse-lhe: sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as
migalhas dos filhos. 29 então ele
disse-lhe: por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. 30 e, indo ela para sua casa, achou a filha
deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído.
João
4: 6 e estava ali a fonte de
Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era
isto quase à hora sexta. 7 veio uma
mulher de saMaria tirar água; disse-lhe Jesus: dá-me de beber. 8 porque os seus discípulos tinham ido à cidade
comprar comida. 9 disse-lhe pois a
mulher samaritana: como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou
mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).
10 Jesus respondeu, e disse-lhe: se tu conheceras o
dom de Deus, e quem é o que te diz dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te
daria água viva. 11 disse-lhe a mulher: Senhor,
tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde pois tens a água viva?
12 és tu maior do que o nosso pai Jacó,
que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
13 Jesus respondeu, e disse-lhe: qualquer que beber
desta água tornará a ter sede; 14 mas
aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu
lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna. 15 disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água,
para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la. 16 disse-lhe Jesus: vai, chama o teu marido, e
vem cá.
Registra-se, em particular, que
mulheres acompanharam Jesus em sua última viagem a Jerusalém, que elas
estiveram presentes a sua crucificação e que só elas foram fiéis a ele até o
fim, quando os discípulos homens fugiram com medo de serem presos também:
Mateus
27:55 e estavam ali, olhando de
longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a galiléia, para o servir;56 entre as quais estavam Maria madalena, e
Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Marcos
15:40 e também ali estavam
algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria madalena, e
Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé, 41 as quais também o seguiam e o serviam, quando
estava na galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
E, o mais importante de tudo,
cada um dos quatro evangelhos são unânimes a indicarem que foi uma mulher –
Maria madalena, sozinha ou com outras companheiras – que descobriu o túmulo
vazio, tornando-se a primeira, a saber, e a dar testemunho da ressurreição de
Jesus de entre os mortos:
Mateus
28:1 e, no fim do sábado, quando
já despontava o primeiro dia da semana, Maria madalena, e a outra Maria foram
ver o sepulcro; 2 e eis que houvera um
grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo
a pedra, e sentou-se sobre ela. 3 e o
seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como neve. 4 e os guardas, com medo dele, ficaram muito
assombrados, e como mortos. 5 mas o
anjo, respondendo, disse às mulheres: não tenhais medo; pois eu sei que buscai
a Jesus , que foi crucificado. 6 ele não está aqui, porque já ressuscitou,
como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. 7 ide pois, imediatamente, e dizei aos seus
discípulos que já ressuscitou dos mortos. E eis que ele vai adiante de vós para
a galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito. 8 e, saindo elas pressurosamente do sepulcro,
com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos. 9 e, indo elas, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: eu vos
saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. 10 então Jesus
disse-lhes: não temais; ide dizer a meus irmãos que vão a galiléia, e lá
me verão.
Marcos
16:1 e, passado o sábado, Maria
madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.
2 e, no primeiro dia da semana, foram ao
sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol; 3
e diziam umas às outras: quem nos revolverá a pedra da porta do
sepulcro? 4 e, olhando, viram que já a
pedra estava revolvida; e era ela muito grande. 5 e, entrando no sepulcro, viram um mancebo
assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas.
6 porém ele disse-lhes: não vos
assusteis; buscais a Jesus nazareno,
que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o
puseram. 7 mas ide, dizei a seus
discípulos, e a Pedro , que ele vai adiante de vós para a galiléia; ali o
vereis, como ele vos disse. 8 e, saindo
elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e
assombro; e nada diziam a ninguém, porque temiam.
Lucas
23: 55 e as mulheres, que tinham
vindo com ele da galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto
o seu corpo.56 e, voltando elas,
prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado repousaram, conforme o
mandamento.
Lucas
24:1 e no primeiro dia da semana,
muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham
preparado. 2 e acharam a pedra revolvida
do sepulcro. 3 e, entrando, não acharam
o corpo do Senhor Jesus . 4 e aconteceu que, estando elas perplexas a
esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões, com vestidos resplandecentes.
5 e, estando elas muito atemorizadas, e
abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: por que buscais o vivente
entre os mortos? 6 não está aqui, mas
ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na galiléia, 7 dizendo: convém que o filho do homem seja
entregue nas mãos de homens pecadores e seja crucificado, e ao terceiro dia
ressuscite. 8 e lembraram-se das suas
palavras. 9 e, voltando do sepulcro, anunciaram
todas estas coisas aos onze e a todos os demais. 10 e eram Maria madalena, e Joana, e Maria, mãe
de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos
apóstolos.
João
20: 1 e no primeiro dia da semana
Maria madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra
tirada do sepulcro. 2 correu, pois, e
foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: levaram o Senhor do
sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
É intrigante procurar saber o que
na mensagem de Jesus atraía particularmente as mulheres. A maioria dos
pesquisadores está convicta de que Jesus proclamou o reino vindouro de Deus, no
qual não haveria mais injustiça, sofrimento ou mal, no qual todos, ricos e
pobres, escravos e livres, homens e mulheres, estariam em pé de igualdade. Essa
mensagem de esperança demonstrou-se particularmente atraente para aqueles que,
naquele tempo, eram excluídos – o pobre, o doente, o banido e as mulheres.
As mulheres devem ficar caladas na Igreja?
Uma das mais importantes
passagens na discussão contemporânea sobre o papel das mulheres na igreja
encontre-se em I Corintios
14:33-36. A
passagem, tal qual traduzida na maioria das edições modernas da bíblia, diz o
seguinte:
I corintios 14: 33 porque Deus não é Deus de confusão, senão de
paz, como em todas as igrejas dos santos. 34
as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido
falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. 35 e, se querem aprender alguma coisa,
interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres
falem na igreja. 36 porventura saiu
dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?
A passagem parece ser uma
proibição direta: as mulheres não devem falar (não podem ensinar) na igreja,
muito semelhante à passagem de I Timoteo 2:11-15. Como vimos, contudo, os
pesquisadores estão convictos de que Paulo
não escreveu a passagem de i timoteo 2:11-15, porque ela ocorre em uma
carta que parece ter sido escrita por um seguidor de Paulo de segunda geração, que teria atribuído a
carta ao apóstolo. Mas não há dúvidas que Paulo tenha escrito I Corintios.
Contudo, pairam dúvidas sobre essa passagem. Pelo que se sabe, os versículos em
questão (34-35) estão embaralhados em alguns de nossos mais importantes
testemunhos. Em três manuscritos gregos e em alguns testemunhos latinos, eles
não se encontram aqui, depois do versículo 33, mas depois do versículo 40.
A bíblia de Jerusalém diz assim
em sua nota de rodapé:
“Os versículos 34-35, que alguns
manuscritos colocam depois do versículo 40, são acréscimos pós Paulino.”
Esse deslocamento de texto em
vários manuscritos levou alguns pesquisadores à conclusão que esses versículos
não foram escritos por Paulo, mas originados de uma espécie de nota marginal
acrescentada por um copista, provavelmente influenciado por i timoteo 2:11-15. A nota teria sido,
portanto, inserida em diferentes lugares do texto por vários copistas, alguns
colocaram a nota depois do versículo 33, outros a inseriram depois do versículo
40.
Conclusão esses versículos não
foram escritos originalmente por Paulo.
Por um lado eles não coadunam com
seu contexto imediato. Nessa parte de I Corintios 14, Paulo está analisando a
questão da profecia na igreja e instruindo os profetas cristãos acerca de como
devem se comportar durante as reuniões cristãs de culto. Esse é o tema dos
versículos 26 até o 33, que retorna nos versículos 36 até o 40. Se os
versículos 34-35 forem retirados desse contexto, a passagem parece fluir
coerentemente como uma discussão do papel dos profetas cristãos. A discussão
sobre as mulheres surge como uma intrusão, ou seja, como um intruso, naquele
contexto imediato, interrompendo instruções que Paulo está dando sobre um tema
diferente. E esses versículos não surgem apenas como uma intromissão no
contexto do capitulo 14, eles parecem estar em discordância com aquilo que
Paulo diz explicitamente em todo o resto de i corintios. Antes, como vimos
Paulo instrui as mulheres sobre como falar na igreja, de acordo com o capitulo
11:
I Corintios 11:5 mas toda mulher que ora ou profetiza com a
cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse
rapada.
Quando orarem e profetizarem,
atividades que eram sempre desempenhadas em voz alta nas reuniões cristãs de
adoração, elas devem se certificar de estarem com as cabeças cobertas pelo véu
conforme capitulo 11:2 ao 16. Nessa passagem, seguramente escrita por Paulo,
está claro que ele entende que as mulheres podem falar e falam na igreja. Na
passagem do capitulo 14 que estamos discutindo, porém, fica igualmente claro
que “Paulo” proíbe terminantemente as mulheres de falar na igreja. É difícil
conciliar essas duas perspectivas, Paulo permite às mulheres falar (de cabeças
cobertas, capitulo 11) ou não (capitulo 14)? Dado que parece impossível pensar
que Paulo pudesse se contradizer tão rapidamente, no curto espaço de três
capítulos, com certeza os versículos 34-35 do capitulo 14 não provem dele
Paulo. Com base em uma combinação de evidências, vários manuscritos que embaralham
os versículos em questão, o contexto literário imediato que faz os versículos
34-35 parecerem um intruso ali, e o contexto de todo o livro e i Corintios como
um todo, chegamos a fortíssima conclusão que Paulo não escreveu o texto de i
Corintios 14: 34-35. Podemos concluir que esses versículos são uma alteração
escrituristica do texto, originalmente provocada, talvez, por uma nota
marginal, que posteriormente, num estágio antigo da cópia de I Corintios, foi
incorporado ao texto. A alteração não há dúvidas, foi feita por um copista para
discriminar as mulheres na igreja. O copista que acrescentou o texto queria
enfatizar que as mulheres não deviam ter função pública na igreja, que elas
deviam manter-se em silêncio e subservientes a seus maridos. Essa visão veio a
ser incorporada ao próprio texto, por meio de uma alteração textual.
I Corintios 14: 34 as mulheres estejam caladas nas igrejas; pois
não lhes é permitido falar, mas estejam em sujeição, como também diz a Lei.
35 Se, porém, querem aprender alguma coisa,
perguntem-na em casa a seus maridos; porque é vergonhoso para uma mulher o
falar na igreja.
I
Corintios 6: 5 Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria
cabeça, porque é como se a tivesse rapada. 6
Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas,
se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.
Gálatas 3: 28 Não pode haver judeu nem grego, não pode
haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus. 29 Mas se vós sois de Cristo, então sois semente
de Abraão, herdeiros segundo a promessa.
A própria teologia paulina era
totalmente contra a discriminação de pessoas por classes, raças ou sexo
conforme mostra o texto de Gálatas 3:28. Então fica realmente muito difícil
harmonizar estes versículos que dizem que as mulheres devem ficar caladas na
Igreja. Isto com 100 % de certeza se
trata de um acréscimo da igreja quando
esta foi dominado e dirigida exclusivamente por homens e desonestos ao ponto de
alterar as escrituras para justificar seu poderio.
Precisamos analisar brevemente
várias outras mudanças textuais semelhantes. Uma delas ocorre em uma passagem
que já mencionei, romanos 16, na qual Paulo fala de uma mulher, Júnia, e de um
homem, que devia ser seu marido, Andrônico, aos quais o apostolo se refere como
“apóstolos eminentes” (versículo 7). Trata-se de um versículo significativo,
porque esse é o único lugar no novo testamento no qual uma mulher é citada como
apóstola. Os interpretes ficaram tão impressionados com esse trecho que muitos
deles passaram a sustentar que ele não podia significar o que dizia, para,
desse modo, poder traduzir o versículo como chamado Jonas, que, juntamente com
seu companheiro, Andrônico, era elogiado como apostolo. O problema com essa
tradução é que, enquanto júnia era um nome feminino muito comum, não há indicio
no mundo antigo de “Júnias” como um nome masculino. Paulo está se referindo a
uma mulher chamada Júnia, mesmo que alguns tradutores bíblicos modernos (dê uma
olhada na sua bíblia!) Continuem a se referir a essa apóstola como se ela fosse
um homem chamado Júnias.
Bíblia de Jerusalém:
Romanos 16:7- saudai Andrônico e Júnia, meus parentes e companheiros de prisão, apóstolos exímios que me precederam na
fé em cristo.
Bíblia João Ferreira de Almeida
7 (NTLH)
saudações a Andrônico e à irmã Júnia,
meus patrícios judeus, que estiveram comigo na prisão. Eles são apóstolos bem conhecidos e se tornaram cristãos antes de
mim.
Bíblia João Ferreira de Almeida
7 (RA)
saudai Andrônico
e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são
notáveis entre os apóstolos e estavam em cristo antes de mim.
7 (RC)
saudai a Andrônico e a Júnia,
meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os
apóstolos e que foram antes de mim em cristo.
7 (TB)
saudai a
Andrônico e a Júnias, meus compatriotas e companheiros em prisão, os
quais se assinalam entre os apóstolos, e que também estavam em cristo antes de
mim.
Bíblia João Ferreira de Almeida
7 (NVI) saúdem andrônico e Júnias, meus
parentes que estiveram na prisão comigo. São
notáveis entre os apóstolos, e estavam em cristo antes de mim.
Observe a tradução brasileira
(TB) e a nova versão internacional (NVI) que conserva o texto errado e assim
perpetuando a má fé do copista. Júnias ou júnia? Júnias = nome masculino /
Júnia = nome feminino.
A diferença é tão sutil que as
pessoas quase não percebem. Voltando ao estudo: alguns copistas também devem
ter tido dificuldades em atribuir apostolicidade a essa mulher desconhecida e,
por isso, fizeram uma sutil mudança no texto para evitar o problema. Em alguns
de nossos manuscritos, em vez de dizer: “saudai Andrônico e Júnia, meus
parentes e companheiros de prisão, eminentes apóstolos”, o texto é mudado para
se tornar mais fácil de traduzir:
Romanos 16: 7 “Saudai Andrônico e Júnia,
meus parentes; saudai também meus companheiros de prisão, apóstolos eminentes”.
Com essa mudança textual, ninguém
precisa mais se preocupar com o fato de uma mulher ser citada em meio ao grupo
apostólico de homens!
Mudança semelhante foi feita por
alguns copistas no livro de Atos dos apóstolos. No capitulo 17, vemos que Paulo
e seu companheiro missionário, Silas, passaram um tempo em tessalônica pregando
o evangelho de Cristo aos judeus da sinagoga local. No versículo 14, ficamos
sabendo que a dupla ganhou alguns convertidos de destaque:
Atos 17: 14 “E alguns deles foram
persuadidos e se juntaram a Paulo e Silas, assim como muitos gregos piedosos,
junto com um grande número de destacadas mulheres”.
A idéia de mulheres serem
importantes, sem falar em convertidas de destaque, era demais para alguns
copistas. Por isso, o texto foi modificado em alguns manuscritos, de modo que
agora lemos:
Atos 17: 14 “E alguns deles foram
persuadidos e se juntaram a Paulo e Silas, assim como muitos gregos piedosos,
junto com um grande número de viúvas de homens de destaque”.
O texto passa a dizer que os
homens são proeminentes, não as viúvas que se converteram. Que mudança!
Vejamos como está o texto nas
nossas traduções:
Atos 17: 14 (NVI) alguns dos judeus
foram persuadidos e se juntaram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos
tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição.
Atos 17: 14 (DO) e
alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo
e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas
mulheres principais.
Atos 17: 14 (NTLH)
Paulo e Silas conseguiram
convencer disso algumas daquelas pessoas, as quais se juntaram a eles. Um
grande número de não-judeus convertidos ao judaísmo e muitas Senhoras da alta
sociedade também se juntaram ao grupo.
Atos 17: 14 (RA)
alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos
piedosos e muitas distintas mulheres.
Atos 17: 14 (RC) e
alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo
e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas
mulheres distintas.
Atos 17: 14 (TB)
alguns deles ficaram persuadidos, e se associaram com Paulo e Silas, bem como uma grande multidão de
gregos devotos e não poucas mulheres de qualidade.
Entre os companheiros de Paulo no
livro de Atos, havia um casal chamado Áquila e Priscila. Por vezes, quando são
mencionados, o autor traz o nome da esposa por primeiro, como se ela tivesse
algum tipo de destaque tanto no casamento como na missão cristã (como acontece
em romanos 16:3, onde ela é chamada de Priscila). Como era de se esperar,
alguns escribas, por vezes, se ofendiam com essa seqüência e a invertiam, ou a
inverteram em vários manuscritos, de modo que o homem passa a ter o que lhe é
devido pela menção de seu nome em primeiro lugar: Áquila e Priscila, em vez de
Priscila e Áquila. Em resumo, houve debates nos primeiros séculos da igreja
sobre o papel das mulheres e, por vezes, esses debates refletiram na
transmissão textual do próprio novo testamento, visto que os copistas às vezes
mudavam seus textos para fazê-los coincidir mais perto com a opinião dos
limitados copistas sobre o papel das mulheres na igreja. Infelizmente isto
afetou a igreja até nos dias de hoje, pois existem igrejas que não permitem as
mulheres desenvolverem papel de destaque por causa destes textos adulterados do
novo testamento.
Gostaria
de concluir fazendo um pequeno resumo deste estudo e chegando a algumas
conclusões:
a)
Na sociedade judaica na época de Jesus era incomum para não dizer imoral um
rabino ensinar Torah, a Lei de Moisés a mulheres e pior ainda ter discípulas
mulheres que o seguissem e o ajudassem a sobreviver, porém Jesus rompeu com
esta tradição e lei rabínica e não bíblica. Isto era uma lei rabínica e não
determinação da lei escrita que é a Torah. Na época de Jesus as interpretações
rabínicas da Torah deram origem a uma série de normas e códigos jurídicos que
originou a Halachah judaica, ou seja, a Lei Judaica, esta lei judaica foi
organizada das polemicas discussões dos grandes rabinos a cerca de como cumprir
os mandamentos da Torah escrita, então desta forma surgiu uma outra Torah, que
os fariseus chamavam de Torah Oral, ou seja, de Lei Oral. Bem, como mostra o
texto abaixo Jesus tinha seguidoras mulheres:
Lucas
8: 1 Aconteceu, depois
disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e
anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, 2 e também algumas mulheres que haviam sido
curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da
qual saíram sete demônios; 3 e Joana, mulher de Cuza, procurador de
Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência
com os seus bens.
b)
Já vimos também neste estudo que as mulheres eram impedidas por esta mesma Lei
Oral rabínica de serem testemunhas tanto de defesa como de acusação num
tribunal judaico da época. E o pior é que usavam um texto da Torah, ou melhor,
de Gênesis 18:11-15 para defender tal interpretação. Jesus como também seria de
se esperar rompeu com tal tradição e lei rabínica, tanto é verdade que as primeiras
testemunhas da ressurreição foram as mulheres. Onde estavam os discípulos
homens quando Jesus foi preso e crucificado? Ora todos os discípulos segundo os
evangelhos sinópticos fugiram com medo, não sobrou um sequer. E quem é que
seguiu Jesus desde até a crucificação? Foram as mulheres. Onde estava Pedro que
disse “
te seguirei até a morte” ? Fugiu com medo e além disso negou
três vezes ao mestre dizendo que não o conhecia. Veja os textos abaixo e
comprove:
Mateus 27:55
Estavam ali muitas mulheres, observando de
longe; eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia, para o servirem;
Marcos 15:40
Estavam também ali algumas mulheres, observando de
longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e
Salomé;
c)
Após a morte de Jesus várias mulheres influentes e de alta posição continuaram
a seguir os apóstolos e os ensinos de Jesus:
Atos 17:4 Alguns deles foram
persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos
piedosos e muitas distintas mulheres.
Atos 17:12 Com isso, muitos
deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos
homens.
d) Fico imaginando onde foram parar Maria mãe de Jesus e
Maria Madalena e o papel que elas desenvolveram nas primeiras comunidades
cristãs. Felizmente restaram alguns poucos testemunhos sobre o papel das
mulheres na igreja primitiva como o que selecionei abaixo:
NTLH - Romanos 16:7 Saudações a Andrônico e à irmã Júnia, meus
patrícios judeus, que estiveram comigo na prisão. Eles são
apóstolos bem conhecidos e se tornaram crentes antes de mim.
Note
que Paulo fala com todas as letras que Júnia que era esposa de Andrônico era
uma apostola juntamente com o seu marido, infelizmente as traduções atuais da
Bíblia tentam esconder tal informação adulterando o nome para Júnias que é
masculino. E hoje quase dois mil anos depois a novela continua, o muro de
discriminação que Jesus e os apóstolos derrubaram foi reerguido pela própria
Igreja dominante, a grande maioria das Igrejas discriminam as mulheres e não as
admitem como pastoras nem líderes religiosos. Espero que este estudo atinja o
seu objetivo que é diminuir o preconceito para com as santas mulheres de Deus.
Bibliografia:
- O que Jesus disse? O
que Jesus não disse? Bart D. Ehrman. Editota Prestigo/Ediouro
- Verdades e mentira
sobre o chamado Jesus. Aderbal Pacheco. Editora DPL.
- A face oculta das
religiões. José Reis Chaves. Editota
Martin Claret.
- O evangelho perdido de
“Q” e as origens cristãs. Burton L. mack. Editota Imago.
- Ditos primitivos de
Jesus. Uma introdução ao ‘proto-evangelho de ditos”Q”. Santiago Guijarro
Oporto.
- As várias faces de
Jesus. Geza Vermes. Editora Record.
- A paixão. Geza Vermes.
Editora Record.
- Natividade. Geza
Vermes. Editora Record.
- Quem é quem na época de
Jesus. Geza Vermes. Editora Record.
- O judaísmo e as origens
do cristianismo III. David Flusser. Editora Imago.
- Quem matou Jesus. John
Dominic Crossan. Editora Imago.
- A Dinastia de Jesus.
James D. Tabor. Editora Ediouro.
- A ultima semana. Markus
Brog e John Dominic Crossan. Editora ...
- Coleção Como Ler a
Bíblia. Leviticos. Ivo Storniolo. Editora Paulus.
- Biblia de Jerusalém.
Editora Paulus.
- O quinto evangelho de
Tomé. Huberto Rohden. Editora Martin Claret.
- O evangelho de Judas.
Bart D. Ehrman.
- Cristo é a questão.
Wayne Meeks. Editora Paulus.
- Jesus: uma pequena
biografia. Martin Forward. Editora Cultrix.
- Os manuscritos de
qumran e o novo testamento. Gervásio F. Orrú.
- A comunidade de qumran
e a igreja do novo testamento. Karl Hrmann Schelkle. Edições Paulinas.
- 101 perguntas sobre os
manuscritos do mar morto. Joseph A. Fitzmeyer, SJ. Edições Loyola.
- A odisséia dos
essênios. Hugh Schonfield. Editora Mercuryo.
- Anjos e Messias,
messianismos judaicos e a origem da cristologia. Luigi Schiavo. Edições
Paulinas.
- História dos Hebreus.
Flavio Josefo. Editora CPAD.
- Guerras Judaicas.
Flavio Josefo. Editora Juruá.
- História Eclesiástica.
Eusébio de Cesáreia. Editora CPAD.
- A Bíblia de Jerusalém. Editora Paulus.
29.
Como Ler Os Evangelhos- Para Entender O Que Jesus Fazia E
Dizia. Félix Moracho. Paulus Editora.
30.
Jesus E A Sociedade De Seu Tempo. J. Mateos E F. Camacho.
Editora Paulus.
31.
Jesus E As Estruturas De Seu Tempo. E. Morin. Editora
Paulus.
32.
A Palestina No Tempo De Jesus. Vv.Aa. Cristiane Sauliner E Bernard Rolland. Editora
Paulus.
33.
A Utopia De Jesus. Juan Mateos. Editora Paulus.
34.
Os Partidos Religiosos Hebraicos Da Época Neotestamentária.
Kurt Schubert. Edições Paulinas.
35.
Jerusalém No Tempo De Jesus. J. Jeremias. Paulus Editora.
36.
Contexto E Ambiente Do Novo Testamento. Eduardo Lohse.
Edições Paulinas.
37.
A Galiléia Jesus E Os Evangelhos. Sean Freyne. Edições
Loyola.
38.
O Novo Testamento Em Seu Ambiente Social.
John E. Stambaugh E David L. Balch.
Paulus Editora.
39.
Sidur De Orações Judaicas.
Jairo Fridlin. Editora Sefer.
40.
Liturgia judaica. Carmine Di Sante. Editora Paulus.
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