Cristo é antes do mundo, por ser o criador do mundo, a glória de Deus
para o mundo; e agora é o sustentador de toda a criação.
Isso está de acordo
com o conceito do «Logos» concebido por Filo. O «Logos» entra no mundo; e
a sua presença todo-permeadora, em toda a criação, é aquele poder da
razão divina que controla e sustenta tudo. Não se pode imaginar que isso
limite em qualquer sentido o poder do «Logos». Serve ainda de outra
demonstração sobre o seu poder de sustentação,o que significa:
1. o
controle de toda a ordem da natureza;
2. a sustentação de toda a vida;
3. o
permear da natureza com os propósitos graciosos de Deus, o que nos
infunde a esperança de restauração de tudo, tirando a criação do erro e do
mal;
4. provavelmente a menção de seu poder sustentador visa ensinar, por
semelhante modo, que em, toda a história, todo o ser e a existência inteira,
quando são corretamente interpretados, servirão de espelho para o Filho, o
qual, por sua vez, é o espelho de Deus Pai.
Isso assevera, pois, a idéia de
«uma única verdade». Toda a verdade é apenas uma fragmentação daquela
única grande Verdade, que é Deus; e Cristo, por sua vez, é a «verdade»
divina apresentada aos homens. (Ver João 14:6).
A voz que faz rolar as estrelas ao longo, profere todas as promessas. Aquele que cura o coração partido é também aquele que conta o número
das estrelas e que as chama pelo nome.
Este versículo deixa nas mãos de Cristo as «leis naturais». Ele foi o seu
criador e é o seu aplicador; mas isso envolve até mesmo as dimensões
espirituais, como também as questões do bem-estar e da re stauração
espirituais.
Nessa,esfera, Cristo é igualmente o sustentáculo de tudo.
O grego original diz aqui, literalmente, suportando o tudo pela palavra
de seu poder,,.
O poder de Cristo é o poder sustentador e controlador contínuo.
Isso pode ser confrontado com o trecho de Col. 1:17, que diz:
Nele tudo
subsiste, que expressa algo da mesma coisa que diz o presente versículo.
Filo descreve o «Logos» divino como o «timoneiro e piloto
de tudo»; e essa idéia certamente é incluída aqui. Assim, na criação, ele se
faz presente «com todos, em todas as suas modificações e transformações,
através dos aeons»
Filo também chamava o «Logos» de o
«amarra» do universo.O poder da palavra de Cristo. Essa «palavra» é a do poder de Cristo, e não
a «Palavra», conforme é usada por Deus em suas obras. Não é usado aqui o
termo grego logos, e, sim , apalavra que comumente tem o sentido de
«palavra». Deus falou e a criação veio à existência.
Certamente há um a
alusão a isso aqui. Hb 11
Foi a palavra de Deus que
trouxe à existência; e é a sua palavra que sustenta a tudo. Assim também,
Cristo e o Pai são feitos iguais, nesse particular; e o que é dito acerca do Pai,
ali, é dito acerca do Filho, neste ponto. O poder de Deus é facilmente
utilizado por ele, como que pela direção de uma mera palavra. Notemos os
muitos paralelos entre o primeiro capítulo desta epístola e o primeiro
capítulo da epístola a Colossenses. Cristo é a revelação de Deus, o poder
criador, o poder sustentador (ver Col. 1:51-17),
Os escritores rabínicos falavam de Deus como quem «sustenta todas as
coisas, tanto no alto como neste nível terreno; o qual transporta suas
criaturas pelo mundo; o qual sustenta todos os mundos através do seu
poder». Esse tipo de linguagem é aqui transferido para Deus Filho.
Té mais,
Sérgio Lopes
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