quarta-feira, 2 de maio de 2012

O clamor de um miserável


Essa é uma das histórias mais linda do Novo Testamento. O encontro entre o mendigo Bartimeu com Nosso Senhor Jesus Cristo. Esse encontro nasceu não porque Bartimeu fosse um político famoso, um homem rico, intelectual ou uma pessoa influente na sociedade de seus dias.

Esse encontro nasceu por causa do desespero humano, por causa de um coração quebrado, ferido, magoado, esfiapado que necessitava ser tocado, amado e compreendido diante da exclusão social que minimiza o indivíduo deixando seu mundo fragmentado.

O homem este ser inquietante, necessita de encontros duradouros que possam banhar a sua alma e saciar o seu espírito e nesse pluralismo religioso em que o ser humano está situado como num labirinto da fé, o único que tem autoridade para vasculhar o lugar mais íntimo do homem é Jesus Cristo. Pois ele é o autor da vida e nos dá vida com abundância.

É verdade que o frenesi dos nossos dias e a agitação contemporânea tem desmarcado os nossos encontros com Deus. O cidadão pós-moderno não tem mais tempo para os encontros íntimos com Deus. Essa realidade autônoma no ponto de vista teológico é a causa das barbáries, da solidão, do vazio existencial, da crise do ser, da depressão, do esvair da vida e do distanciamento do finito com o infinito.

Quando olhamos para a palavra de Deus, percebemos que a Bíblia é um livro que mostra de maneira farta os encontros entre o Deus Todo Poderoso e o homem finito. O Evangelho de São João mostra a praticidade dos encontros de Cristo. “O Verbo da Vida”, com os homens que precisam da verdadeira vida.

Todas essas pessoas que se encontraram com Jesus foram tocados por sua candura e foram transformadas. O servo do senhor do passado disse: Mi-nha pobreza se encontra com a tua rique-za e assim, em ti, tenho tudo”.
Bartimeu vem mostrar para nós, cristãos pós-modernos, a grande importância de termos encontros com Cristo. A proposta de Bar-timeu é que nós venhamos a trocar os nossos encontros instantâneos de cu-nho religiosos frios e mecanizados, herdei-ros de uma tradição letal, pelos encontros duradouros, relacionais, que marcam a nossa vida, dando sentido à nossa pró-pria existência, que é glorificar a Deus e conhecê-lo.

Ele nos lembra também que eu e você precisamos de encontros profundos com Deus, através de Cristo. Quando falo de encontros, tenho em mente dois cami-nhos: O primeiro é o encontro para acei-tar a Cristo como o único salvador dos homens, que não precisa de interme-diário, pois sua obra na cruz foi perfeita e agradou a Deus. O segundo é o encontro para conhecer a Cristo. Sem esses dois requisitos, o homem não pode ter um en-contro real com Deus. Ele pode produzir, em nome do pluralismo religioso, pseu-do-encontros para desencargos de cons-ciência.

Mas ele mesmo sabe que isso não preenche o buraco na alma. Por isso, estamos contemplando um mundo que está a cada dia fundamentado no entretenimento como forma de esquecimento. O período que estamos vivendo tem dado valor para os encontros, e muitos desses encontros têm o seu nascedouro no interesse carnal. É o moço que se encontra com a moça com interesse sexual – “usou joga fora”.

São os encontros políticos, encontros ideológicos e por aí vai. As pessoas gostam de marcar encontros, seja com a família, com a namorada, com a turma de amigos etc. Todavia, quando falamos de um encontro com Cristo, as pessoas são tardias em responder, muita delas debocham, outras acham que isso é “para velho”, outras usam o campo do fanatismo como prova do seu desinteresse por Jesus Cristo.

Ter encontros com Cristo não é só advogar que você crê nele, mas é andar com Ele. É também amá-lo de todo o coração e segui-lo, como fez Bartimeu estrada afora, vivendo uma vida de intimidade com o Todo Poderoso. Isso não é fanatismo, mas realismo. Encontrar com Cristo e ser encontrado por ele é o maior legado que Deus deixou para o homem.

Feliz foi Bartimeu em ser encontrado por Cristo na velha estrada empoeirada de Jericó. Foi ali no lugar menos esperado que sua vida foi transformada e ele entrou para história bíblica mostrando que a lógica divina e diferente da lógica humana.

Shalon !!!

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